terça-feira, 1 de abril de 2008

Soluções são discutidas para a cultivação de biocombustíveis

Por:Erika Renata
A crescente utilização de cereais, açúcar, oleaginosa e óleos vegetais para produzir substitutos para os combustíveis fósseis, isto é, etanol e biodiesel levarão a preços mais altos das culturas, afectando, por arrasto, a alimentação animal, o que se irá reflectir nos custos finais.
Segundo o relatório, na UE, a quantidade de oleaginosas usadas para biodiesel deve aumentar dos actuais dez milhões de toneladas para 21 milhões dentro de dez anos. Nos EUA, o etanol feito a partir do milho vai duplicar até 2016, enquanto, no Brasil, os 21 mil milhões de litros hoje produzidos saltarão para 44 mil milhões.
O relatório sublinha ainda que, na maior parte dos países temperados, a produção de etanol e biodiesel não é viável economicamente sem apoios públicos. O que significa que as decisões políticas que forem tomadas no curto prazo poderão modificar o cenário descrito no estudo. A introdução de novas tecnologias e o preço de petróleo são outras duas variáveis que também contribuem para que ainda persistam muitas incógnitas sobre o futuro deste novo mercado.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foram desmatados cerca de 7.000 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica brasileira nos últimos cinco meses de 2007.
No estudo divulgado nesta quinta-feira, os cientistas americanos explicaram que o forte aumento da demanda de etanol de milho nos Estados Unidos provoca a destruição crescente da floresta amazônica no Brasil, uma vez que para responder à demanda do etanol, os agricultores dos EUA pararam de alternar os cultivos de milho com as de soja. Desta forma, os brasileiros precisam produzir ainda mais soja para atender à demanda mundial insatisfeita, e isso acaba por afetar as florestas virgens, lamentaram eles.
"Incentivar o aumento da retenção do carbono pela natureza ou penalizar as emissões de CO2 oriundas de culturas é essencial para responder com seriedade a este problema", segundo Stephen Polasky, professor de economia na Universidade de Minnesota, um dos co-autores deste trabalho.

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