terça-feira, 1 de abril de 2008

Biocombustível pode acelerar o efeito estufa e a alta de preços dos cereais

PADRÃO

LQP Notícias
Data: 25 de março de 2008 nº de laudas: 1 Veículo de destino: Jornal Em Tempo Editoria: Mundo


Por Ludimila Queiroz
Um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e Alimentação (FAO), apontam a crescente produção e utilização de cereais, açúcar, oleaginosas e óleo de vegetais, para a produção do biocombustível, como ponto principal fator para a alta no preço de muitos produtos agrícolas, nas próximas décadas.

Os autores desse relatório alertam ainda que destruir ecossistemas naturais, como a Floresta Amazônica brasileira, para dar lugar ao cultivo destinado à produção de biocombustível, pode agravar o aquecimento global.

A produção do biocombustível não é viável economicamente sem apoios públicos e no Brasil o Governo Federal não só tem apoiado, como também incentivado a produção no país. De acordo com relatório, no Brasil, a produção vai saltar de 21 milhões de litros para 44 milhões nos próximos 10 anos. Esse salto na produção influenciará diretamente no desmatamento. Segundo o OCDE no último semestre de 2007, foram desmatados cerca de 7 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica, principalmente para a plantação de soja, que se expandiu expressivamente depois que os EUA resolveu centralizar seu investimento em cultivo apenas no milho, para a produção de etanol.

Em artigo publicado em fevereiro deste ano na revista americana Science, o pesquisador Joe Fargione, alerta que o volume de CO2 encontrado na atmosfera, oriundo da derrubada de florestas virgens, savanas, turfeiras ou estepes ultrapassam o volume de CO2 que não é emitido graças à utilização dos biocombustíveis. “O desmatamento para o cultivo do milho ou da cana-de-açúcar; a partir dos quais se produz etanol ou da soja que produz o biodisel, são responsáveis por volume de emissões de CO2 de 17 à 420 vezes maiores que a redução anual resultante da substituição de combustíveis fósseis por biocombustível”, afirma o pesquisador, lembrando ainda que todos os biocombustíveis que utilizamos atualmente promovem uma destruição da natureza, direta ou indiretamente e que a agricultura mundial já produz alimentos para seis bilhões de seres humanos. “Aumentar a produção de biocombustíveis forçará a antecipação do desmatamento de superfícies naturais para plantações", acrescentou Fargione.

O aquecimento global é uma preocupação mundial e o biocombustível foi uma solução que estudiosos acharam para estagnar ou desacelerar esse aquecimento. Mas para que essa solução realmente venha à contribuir, os pesquisadores do assunto, indicam que ele seja feito a partir de dejetos agrícolas e florestas, como pedaços de madeira, plantas herbáceas, etc.


DIRIGIDO

Aquecimento global x Biocombustível


Pesquisadores americanos questionam o aumento da produção do biocombustível e seu impacto no ecossistema
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Especialistas americanos discutem sobre a destruição do ecossistema natural, como a Floresta Amazônica Brasileira, para dar lugar ao cultivo à produção de cereais para produzir o biocombustível. No Brasil, nos últimos 5 meses de 2007 foram desmatadas 7 000km da Floresta Amazônica.

Em um artigo publicado na revista americana “Science” em fevereiro deste ano, Joe alerta “O volume de CO encontrado na atmosfera oriundo da derrubada de florestas virgens, savanas, turfeiras ou estepes ultrapassa o volume de CO que não é emitido graças à utilização de biocombustíveis. Sendo assim, desmatamento seria ainda menos favorável ao meio ambiente do que a não utilização dos biocombustíveis”.

A solução sugerida pelo cientista para a diminuição da poluição seria a utilização de biocombustíveis obtidos a partir de dejetos agrícola e florestais, como pedaços de madeira, plantas herbáceas etc.

CONVOCAÇÃO

Coletiva de imprensa


A Agência Nacional do Meio Ambiente vem através desta convidar este veículo de comunicação para a Coletiva de Imprensa a ser realizada no próximo dia 28 de março, sexta-feira, às 18h no Salão de Reuniões (Rio Negro) do Tropical Hotel Manaus.


Na oportunidade o pesquisador da Nature Conservancy, uma das mais importantes organizações privadas de proteção do meio ambiente, Joe Fargione estará divulgando o relatório da OCDE, onde é levantado algumas discussões sobre os malefícios que o aumento da produção do biocombustível para a qualidade de vida no planeta e ao meio ambiente.


Segundo o estudo é questionável a intenção de que o biocombustíveis produzido por cereais, açúcar, oleaginoso e óleos vegetais, podem ser a salvação para o diminuir ou pelo menos conter o aquecimento global.
Na oportunidade o presidente da Agencia Nacional de meio ambiente, Ernesto Pinheiro e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) estarão presentes para rebater algumas questões apresentadas no relatório e falar sobre as medidas tomadas pelo governo brasileiro após a divulgação do relatório.
A coletiva será no dia 28 de março, sexta-feira, às 18 hrs no Salão de Reuniões do Tropical Hotel Manaus.

Desde já agradecemos a sua presença.


Ludimila Queiroz
Assessora da Agência Nacional do Meio Ambiente

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